segunda-feira, maio 01, 2006

A Matemática no Jardim de Infância

É dada pouca ou nenhuma atenção à Matemática nas nossas escolas (independentemente do grau de ensino) e o Jardim de Infância não é excepção, esquecendo-nos que esta é decisiva para a estruturação do pensamento.
As crianças vão espontaneamente construindo noções matemáticas a partir das vivências do dia a dia. O papel da matemática na estruturação do pensamento, as suas funções na vida corrente e a sua importância para aprendizagens futuras, determina a atenção que lhe deve ser dada no Jardim de Infância, cujo quotidiano oferece múltiplas possibilidades de aprendizagens matemáticas.
É necessário ter-se presente que a principal finalidade da educação Pré Escolar não é a aquisição imediata dos conhecimentos, mas a formação de atitudes correctas e habilidades necessárias para essa aprendizagem.
O desenvolvimento da criança não pode nem deve ser entendido como uma via cujo trajecto é obrigatório e previamente determinado.
O facto de encontrarmos crianças da mesma idade com capacidades e competências muito diferentes, não nos permite fazer comparações, nem emitir juízos de valor e muito menos estabelecer prognósticos precipitados.
Todas as crianças contêm em si próprias um grande potencial de desenvolvimento que se irá manifestar em plenitude se lhe soubermos proporcionar as condições e as oportunidades e se respeitarmos o seu ritmo de maturação.
A matemática é reconhecidamente decisiva para a estruturação do pensamento humano e a plena integração na vida social. A criança não aprende conceitos numéricos com desenhos, nem apenas pela manipulação de objectos, constroem conceitos à medida em que actuam mentalmente sobre eles e os relaciona. A importância da actividade lúdica para as crianças em idade Pré Escolar é por demais saliente. São as próprias crianças que vão construindo com maior ou menor consistência os conceitos matemáticos na sua vivência do dia a dia, cabendo à escola o papel de sistematizar e consolidar esses seus conhecimentos e capacidades espontaneamente desenvolvidas.
As aprendizagens matemáticas estão ligadas à linguagem porque implicam não só a apropriação do conceito, mas também a sua designação.
Importa que, nós educadores, saibamos propor situações problemáticas e permitir que as crianças encontrem as suas próprias soluções, que as debatam com outra criança, num pequeno grupo, ou mesmo com todo o grupo.
Neste processo de resolução de problemas não se trata de apoiar as soluções consideradas correctas, mas de estimular as razões da solução, de forma a fomentar o desenvolvimento do raciocínio e do espírito crítico. A resolução de problemas constitui uma situação de aprendizagem em que a criança será confrontada com questões que não são de resposta imediata, mas que a levam a reflectir no como e no porquê, fundamental em crianças com 5/6 anos.
É importante que as crianças aprendam não apenas conteúdos matemáticos, mas que se envolvam nos processos matemáticos: procurando padrões, raciocinando acerca de dados, resolvendo problemas e comunicando as suas ideias e resultados. Deste modo as crianças desenvolvem o pensamento crítico.
A pratica pedagógica deveria proporcionar às crianças uma melhor compreensão da natureza do conhecimento, em geral, e da Matemática em particular
Os Educadores de Infância precisam de tomar em consideração os conhecimentos matemáticos informais das crianças, pois tal como outros «conhecimentos consequenciais» (Sternberg, 1984), a matemática não é simplesmente um conjunto de factos e procedimentos isolados a ser memorizados através de uma pratica repetida. A matemática implica um conjunto altamente estruturado de informação repleta de relações. A investigação cognitiva mais recente mostra que a aprendizagem consistente da matemática envolve construir activamente uma compreensão destas relações. Mostra também que estimular essa aprendizagem implica construí-la a partir do conhecimento que as crianças já possuem, incluindo o seu conhecimento informal.
Acima de tudo, deve-se dar à criança a oportunidade de usar os conhecimentos que possui para tentar resolver um problema ou uma questão. O educador deve ouvir com atenção quando as crianças lhe explicam as suas ideias e soluções. (Carpenter, Fennema, Peterson, 1989) Mesmo as respostas confusas ou incorrectas podem ser informativas, porque reflectem o nível de compreensão da criança nesse momento. Além disso, é importante encorajar as crianças a partilharem as suas ideias e estratégias com os outros.(Carpenter et al.,1989; Kamii, 1985). Quando o educador e as outras crianças prestam atenção, isso «diz» à criança que as suas ideias e estratégias são importantes, o que as ajuda a ganhar confiança e também a compreenderem que a parte mais importante da matemática é pensar e comunicar.
Em conclusão, o que se pretende é que a criança descubra, questione, explore e construa o seu próprio conhecimento matemático.


Ângela Monfort

2 comentários:

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