domingo, março 26, 2006

Bichinha gata (para a B.)

Bichinha gata
Que comeste tu?
Sopinhas de leite
Onde as guardaste?
Debaixo da arca
Com que as tapaste?
Com o rabo do gato
Sape, sape, sape!

- Bichinha gata,
Comeste já hoje
Sopinhas de leite?
- Comi, comi!
- Guardas-te-me delas?
- guardei, guardei.
- Onde as guardaste?
- Atrás da arca!
- Com que as cobriste?
- Com o rabo da gata!!!

Sape, sape, sape gato...

Sape, sape, sape gata...

Sape, gato vai pró mato...

(E esfrega-se a cara bo bébe com algo muito suave a imitar o rabo da gata)

sexta-feira, março 24, 2006

A Fada Oriana


de Sophia de Mello Breyner, no Teatro do Bolhão.

25 Março às 11h00 e 16h00
26 Março às 11h

quinta-feira, março 23, 2006

Ao Pai...


Pai,

eu sei que você gostaria que houvesse um jeito de fazer-me enxergar a vida através dos seus olhos bem mais experientes, poupando-me de tropeçar pelo caminho.


Eu sei que você gostaria de ter as costas mais largas para carregar também os meus fardos, para aliviar-me de pesos.

Pai, eu sei que às vezes o mundo é cruel e que viver nele pode ser uma árdua tarefa, mas sei também que você gostaria de construir um mundo onde só houvesse o melhor para mim e onde o tempo não fosse tão curto para aprendermos a Vida,

onde não houvesse pessoas capazes de ferir-me,
onde eu pudesse apenas brincar de viver.
Eu sei que você gostaria de dar-me esse presente.

Pai, eu sei da tristeza que você sente por não poder impedir que eu sofra, que eu fique doente, que abusem de mim, que os perigos me rondem e que a fé se desfaça em meu coração.

Sei das cicatrizes que você carrega, provocadas por ferimentos
que já me atingiram no passado.

Sei das suas angústias e sobressaltos quando algo ameaça o meu tempo presente.

Sei das suas vontades e ansiedades voltadas para o meu futuro.

Ah, Pai, que maravilhoso futuro você gostaria que eu vivesse!

Eu sei disso, Pai.

E por saber tanto, eu lhe peço, ouça-me:
Se dores eu sofri, maiores elas teriam sido sem a sua presença.
Se em pedras muitas vezes eu tropeço e caio, lembro-me que foi você quem ensinou-me a levantar.

Se olho para o futuro e sinto medo, ele se vai assim que eu recorro à fé que você plantou em mim.

Agradeço a Deus por ter escolhido você para orientar os meus passos.

Foi com você que aprendi que quando a jornada torna-se difícil
Ele (Jesus) nos toma nos braços.
Obrigado, Pai!

quinta-feira, março 16, 2006

Comer sem ajuda

É o sonho de todos os pais e a preocupação da maior parte: que a criança coma sózinha e com apetite.

É o sonho de todos os pais e a preocupação da maior parte: que a criança coma sozinha e com apetite. No entanto, muitas crianças recusam-se a comer o que têm no prato, obrigando a longas sessões de promessas, ameaças e muito desgaste para ambas as partes.

Os psicólogos afirmam que estes problemas com a comida se ficam a dever a perturbações no desenvolvimento normal da ingestão de alimentos e da sua relação para com a comida.

Mesmo as crianças mais pequenas gostam de levar a comida à boca, mexer na colher e espalhar os alimentos à sua volta.
Deve sempre incentivá-la, mesmo que isso signifique algumas horas a limpar os despojos de guerra. A criança vai meter a mão no prato, lambuzar-se, sujar-se e nem todos os adultos têm paciência.

Comer pela sua própria mão é o princípio da autonomia da criança, além de incrementar a sua capacidade manual.
Infelizmente muitos pais negam esse prazer às crianças, insistindo em dar-lhe a comida à boca e levando a cenas à hora da refeição.

Se o que preocupa os pais é o facto dela não conseguir segurar ainda o garfo e a faca, é porque ainda deve ser pequena demais, sem a necessária coordenação motora. Cabe, como sempre, aos pais ensiná-la gradualmente a usar os talheres para não se sujar, permitindo-lhe de vez em quando usar as mãos (os adultos também as usam e sabem o prazer que isso dá), nunca descurando a liberdade que deve ter para apreciar o acto de comer.

Assistir à forma como a família come à mesa irá dar à criança a ideia certa da forma como deve actuar, ao mesmo tempo que tira prazer de brincar com a comida.

Os bebés nunca recusam uma refeição, mamando sempre com prazer, mas nem sempre os adultos respeitam o prazer que leva as crianças a comer.

No primeiro ano, o bebé aumenta de peso quase todos os dias, mas a partir dessa altura, deixa de ter tanto apetite, aumentando apenas cerca de dois quilos em todo o ano, mas as mães ficam demasiado nervosas com a situação, pensando logo em doenças.

Por isso levam as crianças ao médico, que acaba por receitar alguns remédios para "abrir o apetite", que podem mesmo ser perigosos, provocando hipoglicemia, sonolência ou agitação, ou forçam-nas a comer, criando uma relação errada de obrigação para com a comida, em vez de uma relação de prazer.

Também a angústia que os pais apresentam face à recusa das refeições pode ser um empecilho a uma relação saudável com a comida, e muitos pais chegam mesmo às ameaças e pancadas, que apenas vão causar maior pressão.

Outro problema coloca-se na vida sedentária que as crianças levam frente à televisão, o que é o oposto da vida saudável de saltos e brincadeiras que realmente lhe abririam o apetite. A televisão vai apenas despertar-lhe o interesse para os produtos anunciados, a maior parte dos quais sem qualquer qualidade nutritiva.

Uma boa solução para as crianças que fazem birra na hora das refeições é não forçar, mas assim que levantar a mesa, retirar da vista todos os alimentos, inclusive a fruta, proibindo todos os parentes próximos de lhe dar nem que seja uma bolacha.
Dois dias depois, se as birras persistirem, mantenha o mesmo método, mas comece a espalhar pedacinhos de pão seco pela casa, em locais onde ela possa chegar e ver. Verá que eles desaparecem. Em todo o caso, nunca ceda a comprarlhe petiscos apenas porque não almoçou. Se a criança persistir em não comer, é melhor procurar ajuda médica, porque podem estar por detrás outros problemas.

Mesmo que esteja preocupada com a situação, tenha em conta que o instinto de preservação da criança é muito mais apurado do que os pais pensam, o que a levará a comer mais cedo ou mais tarde, muitas vezes longe dos pais.

Por outro lado, os elogios exagerados a uma criança que comeu tudo, levam-na a comer sempre mais para ser elogiada, especialmente se essa for das poucas atenções que recebe dos pais (e sabemos que muitas famílias apenas se reúnem durante uma refeição).

Abusar dos doces para compensar a comida que não foi ingerida não só é errado como contrapucedente, uma vez que vai estar a privar a criança de vitaminas, fibras, sais minerais e outros nutrientes essenciais.

Outros pais reforçam a alimentação com suplementos proteicos e vitaminas, geralmente misturados no leite o que resulta numa luta do organismo contra o excesso de proteínas, e a criança não vai suportar comer carne. O excesso de vitaminas também pode intoxicar e tirar o apetite.

Hoje em dia, a grande atracção alimentícia das crianças passa pelos fast-foods. Hambúrgueres ou pizzas fazem as suas delícias, mas também são prejudiciais à saúde por apresentarem apenas proteínas e gorduras saturadas. Cada refeição é equivalente a 100 calorias, quase tudo o que uma criança entre os 2 e os 7 anos precisa em todo o dia.

Mas não é preciso privar a sua criança deste pequeno prazer. Uma vez por semana é suficiente, se ele for dos que pede para ir sempre, ou então de cada vez que for fazer compras. Mais do que isso é arriscar à obesidade.

A relação com a comida começa nos primeiros meses e mantêm-se para toda a vida e é aos pais que cabe o papel principal em ensinar e fazer com que essa relação seja saudável e duradoura.

sábado, março 11, 2006

O Lobo Diogo e o Mosquito Valentim

Dia 26 de Maio às 18h e as 21h; dia 27 de Maio às 17h na Casa da Música


por Eurico Carrapatoso

Antecedendo o concerto em que será interpretada a cantata O Lobo Diogo e o Mosquito Valentim, que se apresentará pela primeira vez numa versão encenada, com a Companhia de Teatro de Marionetas do Porto, o próprio compositor sentar-se-á frente ao público para apresentar alguns aspectos relacionados com a composição da referida obra. Sendo o referido espectáculo aquilo que a público vem dum projecto educativo de maiores dimensões (envolvendo um grupo de crianças e jovens, formado na sequência de audições, que ao longo de vários meses teve a oportunidade de trabalhar na preparação e montagem do projecto musical), além de Eurico Carrapatoso, estarão presentes nesta conversa outros intervenientes que abordarão aspectos relacionados com a prepação e a encenação da obra.

Preço: 2 euros, com direito a entrada no concerto

Inscrição: Limitada

Contos com música

Maiores de 3 anos
Pela Orquestra Metropolitana de Lisboa
>Com João Reis, narrrador, Luís Rodrigues narrador, Bárbara Guimarães, apresentação, Cesário Costa, maestro
Estreia absoluta de obras encomendadas pela OML, Co-produção OML-Teatro Municipal São Luiz
10, 15 a 17 Mar: 15h30,
11, 12, 18, 19 Mar: 17h30
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O Teatro Municipal S. Luiz, em colaboração com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, apresenta um espectáculo de ópera para crianças, dirigido por Cesário Costa e apresentado por Bárbara Guimarães. São duas óperas em estreia mundial: O Violino Cigano, conto tradicional cigano com música original de Pedro Faria Gomes e Contos Fantásticos que inclui três histórias de Terry Jones, A Estrada Rápida, Três Pingos de Chuva e Tomás e o Dinossauro. Esta última tem música original de Luís Tinoco.

sexta-feira, março 10, 2006

Enurese Infantil

É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a resolução.

A enurese consiste na micção involuntária a partir de uma idade na qual já se deveria ter adquirido o controlo da bexiga.

Na ausência de situações adversas, o controlo dos esfincteres, quer diurno quer nocturno, ocorre, em cerca de 98% das crianças, até aos 5 anos de idade.

A enurese pode ser nocturna (quando ocorre apenas durante o sono) ou diurna (quando ocorre com a criança acordada). A nocturna é de longe a mais comum. São vários os factores que contribuem para esta situação e, geralmente, estão relacionados com a profundidade do sono, a menor capacidade da bexiga e uma maior produção de urina durante a noite.

A enurese nocturna considera-se primária quando ocorre todas as noites e secundária quando se verifica após um período de controlo prévio, geralmente mais de um ano. A secundária exige a investigação de factores orgânicos e emocionais.

Conselhos para ajudar crianças com enurese
Os pais devem ajudar a criança a resolver este problema incentivando-a através de um sistema de prémios, à medida que vai conseguindo o controlo. É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a resolução.

Existem ainda medidas práticas que ajudam na resolução do problema:
- o quarto da criança deverá sempre ficar o mais próximo possível da casa de banho, de modo a facilitar o acesso;
- deixar uma luz acesa;
- não encorajar o uso de fraldas;
- proteger o colchão;
- estimular a criança a ingerir líquidos durante o dia para que possa reconhecer a sensação de bexiga cheia;
- reduzir a ingestão de líquidos à noite (prinicpalmente o leite);
- utilização de um despertador.
Na maioria das crianças, a enurese trata-se seguindo estas recomendações. Se optar por recorrer ao uso de fármacos, deve fazê-lo com a prescrição de um médico especialista na área. Estes medicamentos fundamentam a sua acção na produção de um efeito antidiurético. O mais comum é a desmopressina, que pode ser administrada por via oral ou intranasal. É de salientar que o seu uso só é recomendado em crianças com mais de 5 anos de idade, devendo a dose ser adequada ao seu peso e administrada sob vigilância médica. Estes fármacos têm como efeitos secundários a hiponatremia (baixa de sódio) e, consequentemente, convulsões e retenção de água.

Na consulta de pediatria, a dose é ajustada de acordo com a evolução da criança, à qual é pedido o preenchimento de um calendário onde deverá apontar os dias em que não ocorrem "acidentes", de modo a avaliar os progressos alcançados.

Por todos estes aspectos, a criança com enurese deverá ser seguida numa consulta de especialidade, onde a avaliação e o tratamento serão individualizados e adequados à especificidade da situação.

quinta-feira, março 09, 2006

A pedido de uma mamã muito especial...

A partir de agora também vou colocar destaques culturais de Lisboa :)

Aqui vai:

Fungágá
Teatro
Maiores de 3 anos
Teatro da Trindade - Sala Principal
de 2006/03/01 até 2006/03/12
Ter a Sex: 10h30 Qua: 14h30 (grupos) Sáb: 16h Dom: 11h

Pinóquio


No Teatro Rivoli de 08 a 12 de Março!

quarta-feira, março 08, 2006

Biblioteca Municipal Almeida Garrett

A Hora do Conto é um espaço de incentivo à leitura para famílias em que se conta uma história seguida da sua exploração, com recurso a diferentes expressões artísticas. Nos meses de Fevereiro e Março vão viajar pelos Contos Tradicionais. A apresentação será dramatizada.

A inscrição poderá ser efectuada pelo telefone ou no balcão da Secção Infantil no próprio dia.

segunda-feira, março 06, 2006

Músicos de Fraldas


Sábado, 11 Março aqui!

Aprender com os erros

Olhar para o erro/fracasso como uma derrota é meio caminho andado para o surgimento de outros problemas, desde a baixa da auto-estima à desistência. Erros e fracassos deveriam, pelo contrário, ser considerados oportunidades de aprendizagem.

António tem cinco anos. Gosta de fazer puzzles mas, muitas vezes, recusa-se a começá-los. Não o confessa, mas sente-se intimidado por os achar muito difíceis. Com a insistência da mãe, lá acaba por se lançar à tarefa e empenhar-se nela. Adélia tem dez anos e anda no 5.º ano. É uma aluna média, mas não gosta de responder a perguntas na aula, nunca pondo o braço no ar para o fazer, porque tem medo de errar. Célia frequenta o 7.º ano e é uma boa aluna, a melhor da turma a Matemática. A professora incentivou-a a inscrever-se nas Olimpíadas de Matemática, mas ela não aceitou, porque receava perder. Carlos gosta de jogar futebol, mas fica muito nervoso antes dos treinos e dos jogos, porque tem medo de jogar mal e decepcionar a equipa e o treinador. Até já pensou em desistir.

"Ninguém nasce ensinado", diz o povo e com razão. Daí que errar faça parte integrante do processo de aprendizagem e deva ser aceite como tal e considerado uma oportunidade de aprendizagem. Se uma peça de um puzzle não encaixa num sítio, procura-se outra até encontrar. Se uma estratégia de resolução não foi bem sucedida, ensaia-se outra diferente. Se um aluno responde mal a uma pergunta na aula, o professor poderá perceber melhor as suas dificuldades e ajudá-lo a ultrapassá-las. O mesmo se passa durante um treino desportivo. Porquê, então, este receio de errar, tão frequente em crianças, jovens e adultos?

Quando um bebé começa a falar, quem não acha graça às palavras mal pronunciadas, às frases incompletas, em resumo, aos erros que ele comete? Quando uma criança começa a caminhar ou a andar de bicicleta, quem se surpreende se ela cai ou quem a recrimina quando isso acontece? Tentar, errar e voltar a tentar é um processo de aprendizagem natural. Nos exemplos citados, o apoio dos pais e da família são fundamentais para que a aprendizagem se processe de forma saudável e eficaz. À medida que a criança cresce, começa a ser pressionada pela sociedade de competição que a rodeia. O erro passa a equivaler a fracasso, tornando-o mais difícil de aceitar e suportar. Falhar em algo traz à mistura sentimentos pouco agradáveis, como, por exemplo, ansiedade, tristeza, vergonha ou revolta. No entanto, é necessário aprender a lidar com esses sentimentos e a aproveitar os erros para retirar lições, persistir na tarefa e fazer novas aprendizagens.

Olhar para o erro/fracasso como uma derrota é meio caminho andado para o surgimento de outros problemas, desde a baixa da auto-estima à desistência. Erros e fracassos deveriam, pelo contrário, ser considerados oportunidades de aprendizagem. Algumas questões importantes se podem colocar com esse objectivo: O que correu mal? O que poderia ter sido feito para o evitar? Se este caminho não foi bem escolhido, quais são as alternativas possíveis? Quais são as vantagens e os inconvenientes de cada uma? Como se pode desdobrar o objectivo que não foi atingido em objectivos intermédios mais exequíveis? Vejamos dois exemplos diferentes:

- Marisa, de 12 anos, tenta resolver um exercício de Sudoku. Ao fim de algum tempo, não o conseguindo fazer com sucesso, prepara-se para desistir. O pai encoraja-a a continuar. Pede-lhe que lhe explicite o raciocínio que seguiu e, não lhe fornecendo a solução, ajuda-a a encontrar outras pistas. Marisa decide continuar o jogo até o acabar.

- Bruno terminou os exames do 1.º semestre do 1.º ano da universidade. Estudou muito, mas as notas, embora positivas, não correspondem às suas expectativas. Numa primeira análise, considera que não vale a pena estudar. Afinal, tanto esforço para nada. Algum tempo depois, já de cabeça fria, procura analisar o que não correu bem. É verdade que estudou muito, mas apenas no período dos exames. Falharam as revisões regulares ao longo do semestre e as dúvidas surgiram em catadupa durante a maratona de preparação para os exames. Esta reflexão ajuda-o a concluir que será fundamental passar a fazer um estudo mais regular no semestre seguinte e a não baixar o seu grau pessoal de exigência. Dá-lhe ainda motivação para seleccionar uma ou duas disciplinas em que, fazendo um esforço suplementar, poderá melhorar as notas nos exames de segunda época.

Diz-se que "errar é humano". Aceitar os erros também o deve ser. Não uma aceitação passiva, mas uma aceitação activa centrada no desejo de aprender e de melhorar, conjugada com os verbos "analisar", "tentar", "persistir" e "conseguir".
Armanda Zenhas