terça-feira, fevereiro 28, 2006

Como um Carrossel à Volta do Sol

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A favor da educação pré-escolar

A aprendizagem em diversos domínios (leitura, escrita e matemática, entre outros) pode ser facilitada pela frequência do ensino pré-escolar, que pode, efectivamente, contribuir para criar mais oportunidades de sucesso.
A criança está prestes a fazer três anos. Chegou a altura de tomar uma importante decisão: colocá-la na pré-escola ou mantê-la em casa dos avós ou da ama? Vejamos o que diz a legislação relativamente à educação pré-escolar e quais as vantagens que ela aponta para a sua frequência.

A educação pré-escolar destina-se às crianças entre os três anos de idade e a idade de ingresso no 1.º ciclo do Ensino Básico. A lei quadro da educação pré-escolar considera-a "a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário" (Art.º 2.º). A mesma lei define, entre outros, os seguintes importantes objectivos: promover o desenvolvimento pessoal e social da criança; fomentar a sua inserção em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade de culturas; contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso na aprendizagem; estimular o seu desenvolvimento global, no respeito pelas suas características individuais; desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas; fazer a despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo orientação e encaminhamento adequados. Estes objectivos apontam para a criação de condições para que a criança possa aprender ao longo da vida e, por conseguinte, para que tenha sucesso educativo e académico.

Não se esgotando os benefícios da frequência do ensino pré-escolar na preparação das crianças para o 1.º ciclo, este é, no entanto, um importante aspecto a ter em conta, para o qual concorrem os vários princípios anteriormente enumerados. Analisemos o que se passa a nível das relações interpessoais e a nível da aprendizagem da leitura, a título de exemplo.

Na pré-escola, a criança tem oportunidade de conviver com outras crianças e com adultos, integrando-se num grupo e desenvolvendo competências sociais e de relacionamento interpessoal, que lhe facilitarão a adaptação à escola do 1.º ciclo e às regras de funcionamento que ela implica.

A aprendizagem em diversos domínios (leitura, escrita e matemática, entre outros) pode ser facilitada pela frequência do ensino pré-escolar, que pode, efectivamente, contribuir para criar mais oportunidades de sucesso. Os estudos mostram a importância do contacto com a escrita para a formação de conceitos e para o desenvolvimento de competências e de motivação para a aprendizagem da leitura. Muitas são as famílias em que, além de não haver hábitos de leitura, não existem livros, revistas ou jornais em casa, o que, à partida, as coloca em desvantagem à entrada do 1.º ciclo. Actividades realizadas na pré-escola neste âmbito (contar histórias, folhear livros, fazer diversos jogos com letras e palavras, etc.) proporcionam a todas as crianças a oportunidade de vivenciarem um desenvolvimento facilitador das aprendizagens previstas para o 1.º ciclo.

Mas não é apenas a oportunidade de realizarem um desenvolvimento facilitador das aprendizagens previstas para o 1.º ciclo que faz da educação pré-escolar um local, por excelência, de desenvolvimento efectivo de competências próprias. Neste contexto, também há vivências que não preparam para coisa nenhuma: e essas são as melhores. Vive-se! Cresce-se e aprende-se sem necessidade de demonstrar aos adultos que se o faz.

Sendo evidentes as vantagens da frequência do ensino pré-escolar, coloca-se o problema da escolha da escola. Por um lado, a rede pública não cobre ainda as necessidades de toda a população, o que impede que muitas crianças consigam usufruir da sua frequência. Por outro lado, há que ver as várias opções e procurar realizar uma escolha fundamentada. Num próximo artigo, iremos analisar as normas que a legislação estabelece para estes estabelecimentos de ensino e que podem servir de guia para a sua selecção.

Armanda Zenhas

sábado, fevereiro 25, 2006

Quem é o rei?

O velho leao acordou mal disposto. Para desanuviar o corpo e o espírito saiu da gruta e, majestosamente, foi dar o seu passeio matinal. Encontrou um leopardo e perguntou-lhe:
- Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva?
O leopardo, a tremer, respondeu:
- És tu, poderoso leão.
Depois, encontrou uma hiena e perguntou-lhe:
- Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva?
- És tu, poderoso leão - respondeu a hiena, atarantada.
Mais adiante, encontrou um gato do mato e perguntou-lhe:
- Ouve lá, ó tu, quem é o rei da selva?
- És tu, poderoso leão - respondeu o gato do mato, num grande pânico.
A seguir, encontrou um enorme elefante e fez-lhe a mesma pergunta. O elefante nem lhe respondeu. Enrolou-o com a tromba e atirou-o de encontro a uma árvore.
eio desfeito com o embate, todo amachucado, o leão levantou-se com dificuldade e queixou-se:
- Há bichos que são mesmos brutos. Lá porque não sabia responder, pedia-me para eu lhe fazer outra pergunta. Perguntar não ofende e não saber não é vergonha.
Mas o elefante já ia longe e não o ouviu.


António Torrado

A Bela e o Monstro

Era uma vez um príncipe egoísta que um dia não prestou ajuda a uma velhinha que a solicitou. Só que esta era uma bruxa e gritou uma maldição:
- Julgas-me indefesa! Pela tua falta de piedade condeno-te a viver a partir de hoje como uma Besta.
A transformação foi imediata! O destino da fera ficaria ligado ao de uma rosa encantada, que viveria até que ele chegasse aos 21 anos. Então os dois morreriam. A menos que alguém o amasse!
- Mas que mulher gostará de mim assim?
Anos depois, numa aldeia próxima, já tinham esquecido o sucedido. Ali residia Bela, moça bonita, que gostava muito de ler e que era cortejada por diversos moços.
Uma noite Maurício, o pai de Bela, perdeu-se no Bosque e, depois de muito caminhar, chegou ao castelo de Besta. Chamou, chamou e, como ninguém acorresse e a porta estivesse aberta, entrou e sentou-se junto da lareira, para se aquecer.
- Invadiste a minha casa, velho! - gritou Besta.
- Sou um inventor... suplicou Maurício. - Juro que não direi a ninguém que o vi... Deixe-me ir embora...
- Cala-te. - rugiu Besta. - És meu prisioneiro!
Dias depois, Bela entrou no castelo, quando andava desesperada em busca do pai.
- Alguém me ouve?
Besta apareceu e levou-a à cela do pai.
- Velho, vai-te embora, mas se contares a alguém o meu segredo, não verás mais a tua filha!
Noite dentro, Besta lembrou-se que deveria conseguir o amor sincero de uma mulher... Mas como?
Com pena de Bela, conduziu-a a um grande e confortável quarto. Deu-lhe de comer e portou-se com a máxima educação. E ofereceu-lhe um lindo vestido.
No dia seguinte, ao entrar na biblioteca do castelo, ficou espantada.
- Nunca vi tantos livros. Já os leu todos?
- Não, respondeu Besta.
- Creio que é mais humano do que aparenta, senhor!
Continuando o mostrar-lhe o castelo, entraram na sala aonde se encontrava a rosa mágica.
- Está a morrer! - gritou ela.
- E eu morro com ela! - disse tristemente Besta.
Entretanto Bela voltou à aldeia, para salvar o pai que, por ser inventor, o povo achava louco. E no afã de apresentar argumentos falou do castelo e do seu dono, salientando a bondade deste. Mas ninguém acreditou nela. E os camponeses armaram-se com forquilhas e enxadas para matar Besta.
Bela adiantou-se e, correndo quanto podia, conseguiu chegar primeiro ao castelo. E avisou o príncipe do perigo que o espreitava. Mas, já muito farto da vida que levava, ele não quis lutar. Um dos camponeses feriu-o com um punhal e empurrou-o de uma varanda do castelo.
- Vou ajudar-te! - gritou Bela. - Não podes morrer!
Correu até ao jardim e beijou com amor Besta, tentando reanimá-lo.
Milagre, este voltou a ser o príncipe que antes fora. Mas nunca mais egoísta e cruel.
O castelo encheu-se de vida. E logo depois veio a boda dos dois enamorados, que viveram felizes para sempre.

E tudo começa aqui...

É neste blog que vou colocar histórias, artigos, opiniões e tudo relacionado com crianças em idade pré-escolar.